domingo, 17 de julho de 2016

#3 - Introdução a Fitopatologia, parte 1


As doenças de plantas são responsáveis por perdas de 14% em todo o mundo, enquanto 56,6% da população de países em desenvolvimento (brasil-sil-sil) está engajada em algum setor agrícola essa taxa caí para menos de 10% nos países desenvolvidos.

É por isso que mesmo em pequenas propriedades caso tenha o controle dessas e outras questões é totalmente possível chegar a tão sonhada independência financeira, afinal o produtor médio brasileiro como irei tratar mais adiante em outro post (podem me cobrar caso eu esqueça) é o típico cara que gosta de rasgar dinheiro todo dia e ainda se acha o dono da razão, o intocável, o sabe-tudo.

O termo fitopatologia é originado do grego; fito = phyton (planta,vegetal), pato = pathos (doença),
logia = logos (tratado,estudo). Ou seja, é a ciência que estuda as doenças de plantas, causadas por diversos agentes por exemplo:

1- Candidatus liberibacter (bactéria, causadora do "greening" também conhecida como doença do dragão amarelo);

2- Heterodera glycines (nematóide, causador do cisto da soja)

3- Phakopsora pachyrhizi (fungo , causador da ferrugem asiática da soja)


4- Bean golden mosaic virus (vírus transmitido pela Bemisia tabaci, popularmente conhecida como mosca branca)


O triângulo da doença representa as interações patógeno, ambiente e hospedeiro.É uma importante forma de construir um controle ao atuar em um ou nos três vértices do triângulo partindo do conceito de que para que ocorra doença no campo, é necessário um ambiente favorável ao patógeno, hospedeiro suscetível e que o patógeno esteja presente e seja capaz de causar doença.



                                              CICLO DE VIDA DOS FITOPATÓGENOS
a etapa de germinação ocorre apenas para os fungos que para serem gerados necessitam da germinação de escleródios ou esporos.

Dispersão – Os principais meios de dispersão dos fitopatógenos são: material propagativo infectado (mudas,por exemplo), vento (agente de grande influência para dispersão de esporos fúngicos), água (irrigação, chuva, etc), insetos, implementos agrícolas, animais, homem. Este último, historicamente tem sido o principal agente de dispersão de doenças exóticas no país.

Inoculação – Corresponde à transferência do local onde o inóculo do fitopatógeno é produzido para o ponto no hospedeiro onde ocorrerá a infecção.É importante dizer aqui que inóculo é toda porção do patógeno capaz de iniciar a doença e fonte de inóculo é o local onde o mesmo é produzido,são exemplos de inóculos (micélios, partículas virais, ovos de nematoides) e como fonte (sementes, plantas, restos de culturas).

Penetração – O patógeno consegue entrar nos tecidos do hospedeiro por duas vias: direta ou indireta.A penetração direta é típica de nematoides e fungos, no primeiro caso a penetração ocorre devido ao estilete do nematoide formado após a primeira ecdise e que consegue perfurar o tecido do hospedeiro, o nematoide então de acordo com seu hábito de parasitismo pode entrar  completamente no hospedeiro ou permanecer fora (ectoparasita).No segundo caso,os fungos após a germinação criam um tubo germinativo que ao alongar-se desenvolve o apressório, estrutura responsável pela aderência do fugo ao hospedeiro e também para auxiliar na penetração e por fim parte um primórdio de hifa mais delgada, conhecida como hifa infectiva capaz de penetrar no hospedeiro.

A penetração indireta ocorre por meio de ferimentos ou aberturar naturais (hidatódios, estômatos, lenticelas) bactérias, vírus, muitos fungos penetram indiretamente.

Infecção – Desencadeia dois eventos importantes: o aparecimento de sintomas e sinais.
Sintoma é o conjunto de alterações fisiológicas e morfológicas que ocorrem no hospedeiro, o intervalo de tempo entre a inoculação até o sintoma é conhecido como período de incubação. Sinal é a presença de estruturas do fitopatógeno que podem ser observadas e o intervalo de tempo entra a inoculação até o sinal é conhecido com período latente.

Colonização – Quando o patógeno ocupa os tecidos do hospedeiro.

Reprodução – A reprodução do fitopatógeno pode ocorrer no interior dos tecidos ou externamente a eles.

Sobrevivência – Etapa que garante a sobrevivência dos fitopatógenos por meio de estratégias na ausência de hospedeiro e/ou situações críticas do clima. Os fungos por exemplo, sobrevivem na forma de micélio ou através de estruturas de sobrevivência: escleródios ou esporos.


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